Compositor: José María Cano
Dali se desfigura
Medica seu corpo ao relaxar seu pulsar
Dali se empalidece
Porque a existência não distingue os seres
Ele percebe e assustado lamenta
Os gênios não devem morrer
São mais de oitenta a dobrar os seus ossos
Eugênio Salvador Dali
Bigode rococó de onde acaba o gênio
A onde começa o louco
Olhar ofuscado de onde acaba o louco
A onde começa o elfo
Em sua cabeça se condensa a beleza
Como uma panela de pressão
E o vapor que sai pela peça
Mágica luz em Cadaqués
Caso se reencarna em algo
Será em lápis e papel
Evento de cútis sedosa
Que o faz em lenço e papel
Caso se reencarna em carne
Será eterno retorno
Pois estamos sem gênios
Eugênio Salvador Dali
Realista e surrealista
Com clarão impressionista e traço impressionante
Delírio colorista
Colírio e oculista de olhos delirantes
Em sua paleta mescla místicos ascetas
Com baionetas e peitos
Em seu cérebro bailam deuses e moedas
Nobre catalão religioso
Caso se reencarna em algo
Será em lápis e papel
Evento de cútis sedosa
Que o faz em lenço e papel
Caso se reencarna em carne
Será eterno retorno
Queremos gênio em vida
Queremos que esteja aqui
Eugênio Salvador Dali
Dali